O PODER OCULTO DA MÍDIA
Pequenos Detalhes com grandes consequências
Um detalhe importante enquanto função da mídia contemporânea na deformação de mentes e intelectos: a dispersão da atenção e a infantilização. A mídia divide a programação em blocos de sete a onze minutos, separados por intervalos comerciais. Essa divisão do tempo condiciona o espectador a concentrar sua atenção durante os sete ou onze minutos e a desconcentrá-la durante a pausa publicitária.
A atenção e a concentração, a capacidade de abstração intelectual e o exercício do livre pensar foram destruídos. Enquanto isso, a mídia também infantiliza seu público, pois uma atitude declaradamente infantil é não suportar a distância temporal entre seu desejo e a satisfação deste: uma criança chora muito exatamente porque é intolerável para ela a espera para realizar seus desejos.
E, assim, a mídia vem com promessas de gratificação instantânea. Cria o desejo ao mesmo tempo que oferece seus produtos (através da publicidade e da programação) para satisfazê-los. Se um canal ou uma estação de rádio não atraem, gira-se o dial, troca-se de canal e logo se tem novamente desejos e produtos para satisfazê-los. Também a programação se volta a modelos já consagrados, ao que já sabe-se e gosta-se, e como temos a Cultura como lazer e entretenimento, a mídia satisfaz exatamente nossos desejos mais primitivos, por não exigir atenção, concentração, crítica ou reflexão.
Cultura cobra paciência, reflexão, concentração e espírito crítico, em outras palavras, maturidade. A mídia satizfaz por nada cobrar, a não ser que permaneçamos sempre infantis."
Questão de pele
Ela surgiu para esconder as vergonhas, mas hoje em dia revela o íntimo de cada um. A roupa é o sinal instantâneo da auto-imagem que queremos exibir. E, na visão da grande dama da moda, ela pode ser uma arma poderosa e infalível: “Vista-se mal, e notarão o vestido. Vista-se bem, e notarão a mulher.” Mademoiselle Chanel revolucionou, não apenas porque libertou a mulher dos trajes desconfortáveis e rígidos do fim do século 19. Mas porque valorizou o senso crítico: “O mais corajoso dos atos ainda é pensar com a própria cabeça”. Se os tempos modernos desafiam nossas escolhas em nome da Sustentabilidade, invocar a genialidade de Coco Chanel pode ser norteador. Foi o que eu fiz quando recebi um presente, que chegou cheio de recomendações: - Tenha muito cuidado, guarde-o em lugar fresco e escuro, e, se sujar, leve a um especialista. Esta pele pertenceu à sua avó. É um vison! Vesti e imediatamente senti o poder de transformação do visual. A peça macia e felpuda de cor castanha tinha a pelagem espessa, brilhante e vistosa. Embora com mais de meio século, mantinha um design atemporal. Envolta na altura dos ombros, proporcionava uma sensação de conforto e proteção. Era a mais perfeita tradução do luxo, o acessório que permitia a metáfora: os diamantes estão para as orelhas, assim como a pele está para o corpo. Chegou o dia de exibi-la. A noite do casamento estava mesmo fria em São Paulo, coisa rara nos últimos invernos. A festa era de gala, num endereço tradicional da cidade, o Jockey Clube. Escolhi um vestido de seda preto, me enrolei no vison e me perfumei, afinal, segundo nossa musa: ”Uma mulher sem perfume , não tem futuro!” Mas a última olhada no espelho, em vez de glamour, revelava inquietação: Eu sabia que o animal havia sido morto numa época em que não existia o risco de extinção da espécie. Tinha certeza de que ninguém iria me hostilizar na festa , pois grande parte das mulheres estaria ostentando a sua estola ou casaco de pele. Possuía o aval da papisa da moda, Anna Wintour, editora da vogue americana, fã incondicional de peles e uma das responsáveis pela “fur mania” atual, um boom que não se via desde os anos 80. Tinha, portanto, razões de sobra para usar o bicho, mas nenhuma tão contundente quanto a deixada pelo legado de Chanel : “A moda não é algo presente apenas nas roupas. A moda está no céu, nas ruas, a moda tem a ver com ideias, a forma como vivemos, o que está acontecendo.” Não poderia ignorar que, se usasse o vison, vestiria a capa da indiferença diante de um mercado cruel e fútil, que não pára de crescer. De acordo com a Peta (Pessoas pela Ética no Tratamento de Animais), a indústria da pele mata 50 milhões de animais por ano no mundo. Só na China, a produção atingiu números entre 20 e 25 milhões em 2010, ao passo que no ano 2000, oscilava entre 8 e 10 milhões de peles. A organização beneficente invade desfiles de moda e aterroriza as donas do acessório, jogando baldes de tinta para inutilizar a peça. É uma forma de protestar contra os maltratos dispensados aos bichos, que passam suas vidas confinados em minúsculas gaiolas. Para a extração da pele, são eletrocutados, asfixiados, envenenados, afogados ou estrangulados. Nem todos morrem imediatamente, alguns são esfolados ainda vivos! Em alguns locais, para que as peles fiquem intactas, corta-se a língua do animal, deixando-o sangrar até morrer. A voz da consciência soprou mais uma vez ao meu ouvido e ouvi o conselho da mestra das agulhas: “Elegância é recusar.” Abri mão da gostosa sensacão térmica da pele morta do vison e fui às bodas. No salão ricamente enfeitado, a fauna mórbida desfilava à minha frente. Era uma profusão de visons, chinchilas, raposas, zibelinas, cabras e cordeiros. Bichos montados, pendurados, entrelaçados em mulheres superproduzidas. …e bem agasalhadas. Toda concessão tem seu preço. O ar gelado entrava pelas janelas e resfriava até a minha alma, obrigando-me a contorcer os músculos. Mas toda renúncia, a sua recompensa. O desconforto em pouco tempo desapareceu, quando me senti envolvida pelo calor dos braços de um certo alguém. Como dizia Gabrielle Coco Chanel: “Uma mulher precisa de apenas duas coisas na vida: um vestido preto e um homem que a ame”
Condenados ao consumo!
Oi, você vem sempre aqui? -A cada 3 meses. E você? - Sempre! -Mas como ? Nunca te vi… - É que chego e saio logo. Sempre tem alguém interessado em me levar pra casa. -Pois é. Eu tive a mesma idéia. Você é incrível! Não consigo ficar só olhando. -Então me leva daqui, vai! Te faço um desconto! - O problema não é dinheiro. É que estou tentando controlar meus impulsos. - Se você me deseja, é porque não está mais satisfeito com o que tem.. -Não posso me queixar. Mas voce é muita tentacão! -Então não resista . Eu não vou te decepcionar. Sou mais atraente, aceito muitos tipos de programa, e posso te transportar para onde você nem imagina… -Ai, meu Deus! Você venceu! Vamos. Eu me chamo Paulo . E você? ? - Iphone 3gs 32gb . Sou da familia Apple. Meu pai se chama Steve Jobs e acabei de ganhar um irmão que é um sucesso também , o IPAD. Ele tem uma grande tela IPS de alta resolução retroiluminada por LED e com a tecnologia Multi-Touch incrivelmente ágil. Além de um chip extremamente poderoso. Tudo isso em uma estrutura bastante fina e leve ! Paulo se rendeu à paixão e engrossou as estatísticas dos 45 milhões de brasileiros que cedem aos apelos das facilidades tecnológicas e trocam de celular todo ano. Levou o Smartphone e aposentou seu Motorola . Mas a solidão do aparelho no fundo da gaveta só durou 3 meses. O Iphone 3gs 32gb , motivo da traição, também fora trocado pelo irmão caçula, o iPad. Quem manda fazer propaganda? Aos dois, agora inúteis e abandonados, só restavam os lixões ou aterros sanitários. Mal chegaram àquele lugar feio, fétido, famigerado e já ouviram: -Saiam daqui! Está lotado. Não venham deixar seus rastros de contaminação no meu solo, poluindo os lençois freáticos. Já temos mais de 180 milhões de baterias de celular nos aterros do país, a maioria feitas de metais pesados e tóxicos como níquel, bromo e cádmio!! Isso sem falar nos outros 100 milhões de equipamentos eletrônicos que são desovados aqui todos os anos!!! Desiludidos, voltaram para o fundo escuro da gaveta. Na manhã seguinte, um restinho de bateria lhes garantiu a ousadia: -Vamos atrás dos nossos direitos! Vamos ao Tribunal de Justiça Sustentável, dar entrada numa ação de indenização por danos materiais, morais e ambientais! Dito e feito. O consumidor Paulo foi citado e juntou aos autos a contestação. A defesa se baseava na liberdade de comprar . Direito adquirido com a Revoluçao Industrial , do século 18. A audiência de instrução foi marcada e começou o embate jurídico, introduzido pelo Juiz : - Consumidor Paulo, o senhor é acusado de comprar estes dois aparelhos eletrônicos , num prazo de apenas 3 meses, para obter as mesmas funções tecnológicas. Conduta pela qual deve responder civil e penalmente, nos termos do Código da Sustentabilidade: “O ser humano poderá consumir apenas para satisfazer necessidades básicas”. -Mas a lei me garante o acesso irrestrito aos bens materiais, Excelência! Vivo na chamada “sociedade de consumo”, alimentada pela produção, baseada no descartável, no supérfluo. Comprar é uma obrigação, e consumir, uma necessidade. Tenho que acompanhar os lançamentos, porque minhas compras garantem crescimento do PIB, emprego e renda. Este é o modelo econômico. -Este modelo está falido. Ele é predador e representa o esgotamento dos recursos naturais. Estamos em dívida com o planeta, precisamos preservá-lo e buscar uma relação de consumo equilibrada. -”Data venia”, Meretíssimo, não fui eu que dei causa a essa degradação ambiental. Agora que tenho dinheiro, não posso ser privado de comprar. A gente trabalha pra quê? -Para cultivar os prazeres do espírito! Todos terão que cooperar e aderir ao Consumo Consciente. As futuras gerações estão ameaçadas! É importante buscar um novo paradigma. -Mas eu não saberei mudar depois de 40 anos inserido neste sistema! -Sugiro que leia o livro “Gaia: Alerta final” do cientista James Lovelock. O senhor irá despertar para uma nova consciência, afastando-se desta visão antropocêntrica que valoriza o ter, em detrimento do ser. Profiro a seguinte sentença: “Para fins de ressarcimento por danos morais, condeno-o a encaminhar os dois reclamantes aqui presentes ao posto de recicalgem mais próximo desta Comarca. Mas Excelência, esta tarefa é do fabricante! - A Política Nacional de Resíduos Sólidos impõe obrigações aos empresários, aos governos e aos cidadãos no gerenciamento dos resíduos. É a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. E continuou: “A pena será convertida em serviço ambiental: plantar 100 árvores para compensar as emissões de CO2 pelo consumo extravagante.” Sem mais, a audiência está encerrada! Paulo abriu mão do recurso e cumpriu a decisão judicial. Mas naquela mesma semana fora acometido por novos desejos implacáveis de consumo. Atormentado pela culpa, foi à missa no domingo e confessou seu pecado: -Seu padre, fui condenado pela Justiça Sustentável , já cumpri a pena, mas não consigo refrear meus impulsos consumistas. Já estou de olho num Smartphone que a Motorola vai lançar com a plataforma Android , do Google. Penso também no Storm, da Blackberry. -Cuidado, meu filho. A Terra pode se vingar dos maltratos e nos condenar ao tão temido fogo do inferno aqui mesmo neste Planeta. O aquecimento global já é visível.. - Eu sei, eu sei, seu padre, vou tentar me conter. Prometo! Sua benção e piedade… - O Senhor já o perdoou, meu filho. Vá em paz. E fuja das vitrines como o diabo foge da cruz: elas têm o mesmo poder de sedução de uma mulher! Se for inevitável passar em frente a uma loja, lembre-se das Escrituras sagradas: “Orai e vigiai, para que não entreis em tentação”!
A mea culpa divina!
>> 14/12/2010
Seis mil anos depois de sua mais espetacular façanha, Deus desabafa com São Pedro: - Ainda é hora de mudar o rumo dos acontecimentos, oh, Todo Poderoso! Deixe que eu acabe com esta raça, ao tempo em que o Senhor pensa em outra criatura pra por no lugar, disse Pedro. Texto e imagens do G1.
- Estou profundamente arrependido de ter criado o Ser humano. Não imaginava que ele fosse me desapontar tanto…
- Quer que eu o destrua com a força das intempéries? Tu me concedeste poderes para isso…
- Não acho justo, Pedro, até porque parte da culpa é minha. Quando criei o Mundo e suas maravilhas, dei de mão beijada para a minha criatura, sem impor qualquer limite. Permiti que meu filho se achasse o centro do Universo, subjugando a tudo e a todos. Agi como um pai que mima demais a cria e acaba criando um mostro. Está tudo registrado em Gênesis 1:28:
“ Crescei e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.”
E continuou:
-Eu deveria ter exigido um controle de natalidade. Este formigueiro humano que vemos daqui de cima, não pára de crescer. Daqui a menos de 40 anos, eles serão quase 9 bilhões. E vão precisar de mais um planeta, pois o “playground” chamado Terra estará saturado. O consumo dos recursos naturais ocorre em velocidade muito maior do que aquela com a qual a natureza consegue renová-los.
-Mas há alguns exemplares da raça humana que merecem ser poupados, Pedro. Não posso me sentir ainda mais culpado pela morte dos inocentes.
- Entao, vamos reeditar o que está escrito em Gênesis 7:17:
“O dilúvio caiu sobre a terra durante quarenta dias. As águas incharam e levantaram a arca, que foi elevada acima da terra”
- Boa idéia! Mas a arca precisa ter espaço para pessoas comprometidas com as causas ambientais e sociais…os justos e retos de coração. Deixarei à seu critério o embarque dos escolhidos.
São Pedro utilizou as armas produzidas pelo próprio homem para por em prática o cataclisma moderno. Usou as 90 milhões de toneladas de carbono, lançados diariamente na atmosfera, para derreter as geleiras e calotas polares. O nível dos oceanos subiu e fez submergir as cidades costeiras. O aquecimento provocado por CO2 e metano aumentou a extensão dos desertos. Secas causticantes se abateram sobre extensas áreas. Tempestades e furacões devastaram outras. Tsunamis, ciclones, ondas de frio e de calor…
Mas o plano de exterminação de grande parte da humanidade fracassara.
- Deus, já usei todos os meu poderes, lacei toda a fúria das águas e do fogo sobre esse povo ingrato, mas não consigo dizimá-los. É uma praga que não pára de se reproduzir. Eles tem uma poderosa arma de sobrevivência chamada Tecnologia, capaz de criar maravilhas. Operam verdadeiros milagres!
- Pois é, Pedro, fui eu mesmo que o coroei com estes poderes. Está lá em Gênesis 1:27:
“ E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
E concluiu:
-Pedro, façamos diferente. Deixe que a própria Gaia se encarregue da vingança contra os humanos. Eu desisto. Vá para Marte e despeje muita água por lá. Leve também plumas de metano para sua atmosfera e inicie uma vida microbiana na superfície. É no Planeta Vermelho que vou refazer o meu plano de criação, onde cada habitante saberá de cor a Lei do inquilinato e o preço impagável da indenização pelos estragos!
O surgimento do pensamento social
>> 01/03/2010
Através dos tempos, o homem pensou sobre si mesmo e sobre o universo. Contudo, foi apenas no século XVIII que uma confluência de eventos na Europa levou à emergência da sociologia. Quando os antigos sistemas feudais começaram a abrir caminho ao trabalho autônomo que promovia a indústria nas áreas urbanas e quando novas formas de governo começaram a desafiar o poder das monarquias, as instituições da sociedade - emprego e receita, planos de benefícios, comunidade, família e religião - foram alteradas para sempre. Como era de se esperar, as pessoas ficaram inquietas com a nova ordem que surgia e começaram a pensar mais sistematicamente sobre o que as mudanças significavam para o futuro.
O movimento intelectual resultante é denominado de Iluminismo ou Século das Luzes, pois a influência da religião, da tradição e do dogma no pensamento intelectual foi finalmente rompida. A ciência agora poderia surgir plenamente como uma maneira de pensar o mundo; já a física e, mais tarde, a biologia foi capaz de superar a perseguição realizada pelas elites religiosas e estabeleceram-se como um caminho para o conhecimento. Junto com o crescimento da influência da ciência, veio uma avalanche de conceitos sobre o universo social. Muitos desses conceitos, de caráter especulativo, avaliavam a natureza dos homens e as primeiras sociedades infiltradas pela complexidade do mundo moderno. Parte desses conceitos era moralista, mas não no sentido religioso. Com eles, o tipo adequado de sociedade e de relações entre indivíduos (uns com os outros e na sociedade) foi reavaliado com base nas mudanças econômicas e políticas ocorridas com o comércio e, em seguida, com a industrialização. Na Inglaterra, esse novo pensamento foi denominado de Era da Razão; e estudiosos, como Adam Smith (1776), que primeiramente articulou as leis da oferta e da procura na área de mercado, também avaliaram os efeitos, na sociedade, do rápido crescimento populacional, da especialização econômica em escala, da comunidade em declínio e dos sentimentos morais debilitados. Na França, um grupo de pensadores conhecido como filósofo das luzes também começou a expor uma visão do mundo social que defendia uma sociedade em que os indivíduos eram livres da autoridade política arbitrária e eram guiados por padrões morais combinados e pelo governo democrático.
Ainda outra influência por trás do surgimento da sociologia – a Revolução Francesa, de 1789 – acelerou o pensamento sistemático sobre o mundo social. A violência da revolução foi um choque para toda a Europa, pois, se tal violência e influência puderam derrubar o velho regime, o que houve para substituí-lo? Como a sociedade poderia ser reconstruída a fim de evitar tais eventos cataclísmicos? É nesse ponto, nas décadas finais do século XVIII e início do XIX, que a sociologia como uma disciplina autoconsciente foi planejada. Seu fundador, Augusto Comte que era professor de filosofia positiva, decide criar uma disciplina que desse conta do estudo da sociedade. Chamando-a inicialmente de física social e, em seguida de sociologia.
Exercícios
1) Quais eventos na Europa levaram a emergência da sociologia?
2) Fale sobre o Iluminismo?
3) Fale sobre a revolução Francesa?
4) Quem é considerado o pai da sociologia e como a sociologia era chamada inicialmente?
O Nascimento da Filosofia
>> 07/02/2010
Antes do surgimento da filosofia, ciência que estuda a natureza de todas as coisas e suas relações entre si, tudo era explicado através de mitos, assim, a natureza era simplesmente considerada como algo divino. Partindo sempre do pressuposto de que “sempre existiu uma coisa”, os primeiros filósofos, insatisfeitos com as explicações mitológicas, começaram a questionar os valores comumente aceitos pela sociedade da época.
As primeiras idéias filosóficas nasceram nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), no final do século VII e início do século VI a.C. Entre os primeiros filósofos, podemos citar: Tales de Mileto (624 - 546 a.C.), Anaximandro (610 - 546 a.C.), Anaxímenes (585 - 528 a.C.) e Pitágoras (571 - 496 a.C.).
Os primeiros questionamentos feitos pelos filósofos se concentraram na real constituição do universo que os cercava. Essa busca pelo conhecimento racional da ordem do mundo e da natureza ficou conhecida como cosmologia, sendo, portanto, a primeira face da filosofia.
Existem duas teorias que explicam o porquê da filosofia ter nascido na Grécia. A primeira delas afirma que o aparecimento da filosofia se deu através de influências da sabedoria oriental, com a qual os gregos tiveram contato em suas viagens. A outra teoria diz que o povo grego foi tão excepcional, que foram capazes de criar a filosofia de forma espontânea e única. Na verdade, a filosofia possui grande influência da sabedoria oriental (egípcios, assírios, persas, etc.), no entanto, os gregos imprimiram mudanças de qualidade tão profundas nessas culturas, que foram apontados para alguns, como os criadores únicos da ciência.
Retirado de http://www.brasilescola.com/filosofia/nascimento-filosofia.htm
As condições históricas que favoreceram o surgimento da Filosofia
No período mitológico havia diversas explicações sobre a origem de todas as coisas, porém, em um determinado momento tais explicações não mais conseguiram convencer as pessoas. A filosofia nasceu para desvendar as alterações e os fenômenos que aconteciam na natureza que a mitologia não mais conseguia explicar.
Apesar das contradições que a mitologia apresentava, a filosofia surgiu favorecida por condições históricas que ocorreram e ajudaram a desvendar as alterações que ocorriam. São elas:
Viagens marítimas: Por meio dessas os gregos descobriram que não existiam seres mitológicos e deuses em outras regiões, como propunha a mitologia. Tais regiões eram habitadas por outros seres humanos. Também puderam descobrir que os mares não eram habitados por monstros e outros seres.
Invenção do calendário: Por meio dessa invenção os gregos puderam calcular o tempo das estações do ano, determinando quando e como ocorriam as alterações no clima e do dia, percebendo que o tempo sofria modificações naturalmente e não por forças divinas.
Invenção da moeda: Por meio dessa invenção os gregos determinaram uma forma de realizar trocas abstratas e não mais troca por outras mercadorias.
Surgimento da vida urbana: Graças a tal surgimento os gregos puderam melhorar suas condições financeiras, diminuindo o prestígio centralizado em algumas famílias apenas, assim puderam buscar o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes e técnicas, tais fatos favoreceram o surgimento da Filosofia.
Invenção da escrita alfabética: Por meio dessa invenção os gregos puderam também ampliar sua capacidade de generalização, pois diferente de outras formas de escrita, a escrita alfabética é independente, podendo ser distribuída de forma a exprimir diferentes idéias.
Invenção da política: Por meio dessa invenção foi possível introduzir novos conhecimentos. A lei tornou-se coletiva, surgiu um espaço público próprio para os discursos e o estímulo para que todos os gregos pudessem discutir e transmitir suas idéias relacionadas à política.
Retirado de http://www.brasilescola.com/filosofia/condicoes-historicas-surgimento-filosofia.htm
TRÊS SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS.
>> 09/01/2010
TRÊS SOCIÓLOGOS CLÁSSICOS
Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim.
A Sociologia nasceu em meados do século XIX, em plena Revolução Industrial Europeia. ..
De várias formas, foi uma resposta a esse processo, à medida que os jornalistas da época registavam a exploração, pobreza, opressão e miséria da classe trabalhadora.
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Karl Marx não se considerava a si próprio um sociólogo, mas analisou a mudança social revolucionária e identificou como dinâmica mais importante dessa mudança o conflito entre os trabalhadores e os proprietários das fábricas. .
Dos seus escritos surge uma das três principais perspectivas da sociologia desenvolvida - a abordagem do conflito. Ele próprio não inventou o termo nem a perspectiva.
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Max Weber opôs-se à abordagem materialista de Marx e afirmou que o factor que conduziu à mudança social foi a mudança de ideias, valores e crenças que surgiu da reforma Calvinista ou Protestante.
Embora ele não tenha inventado o termo nem a abordagem, os escritos de Weber contribuiram para aquilo que é hoje a perspectiva da interacção simbólica.
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Também Émile Durkheim se opôs a Marx, embora de formas diferentes. Debruçou-se sobre a noção de "facto social" e sugeriu que esta se referia a taxas estatísticas de qualquer actividade e não à actividade pessoal de um indivíduo.
Ele argumentou que não se devem tentar explicar eventos sociais com base em eventos individuais, um método conhecido como reducionismo.
Embora ele não tenha inventado o termo nem a abordagem, os escritos de Durkheim contribuiram para aquilo que é hoje conhecido como funcionalismo.
Enquanto se levantavam enormes discussões nas ciências sociais entre os apoiantes destas três abordagens, a abordagem pós-moderna sugere que as três abordagens são válidas e que obteremos uma visão mais profunda da sociedade se usarmos as três em simultâneo.
Violência Urbana e Outras Violências
>> 06/01/2010
Atualmente, a violência tornou-se a tônica de nosso cotidiano. Nunca se falou tanto em violência e em como combatê-la, e, infelizmente, a sensação de insegurança nunca foi tão premente: as pessoas mudam de itinerário, evitam sair à noite, colocam grades e alarmes em suas casas; os que podem, blindam seus automóveis. E, outro dado vem se somar a estes, esse medo deixou de ser “privilégio” dos moradores das grandes cidades e se espalhou também entre as cidades interioranas, antes vistas como oásis de tranqüilidade e segurança.
Atesta essa sensação de insegurança o ranking de violência elaborado pela empresa inglesa Control Risks, que em uma escala de 1 a 7, classificou as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo como nível 5 (crimes violentos acontecem em toda cidade, a qualquer hora e muitas áreas são extremamente perigosas e devem ser evitadas). [1]
Junto a esta violência urbana, caminham outras tantas violências: como aquela que se faz contra a mulher, a criança, o idoso, os homossexuais, os negros, os nordestinos. Todas elas tão ou mais graves que a violência urbana e que necessitam, igualmente, de combate. Porém, são todas formas de violências específicas que demandam medidas apropriadas para seu controle e erradicação.
É mister que o Poder Público se aperceba que diferentes formas de violência necessitam de políticas públicas que levem em consideração a especificidade de cada modalidade destes crimes para que seu combate seja efetivo.
Qualquer plano de combate à violência deve, necessariamente, conter diretrizes para solucionar esse problema em cada uma das suas particularidades. O fim da violência nas ruas só começa com o fim da violência dentro de casa, dentro da empresa, dentro da escola...